Sábado, 19 de setembro de 2020, atualizada às 11h24

Aromaterapia auxilia no tratamento da depressão

Jorge Júnior
Editor

Nesse período de isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus, muitas das pessoas que já apresentavam queixas de estados depressivos têm relatado estarem mais vulneráveis. Até quem não tinha esse tipo queixa, diz estar sentindo alguns sintomas de depressão. Mas você sabia que a aromaterapia pode ajudar nesse processo? O Portal ACESSA.com entrevistou Sávio Cavalari, farmacêutico ortomolecular da
Pharmes, Farmácia de Manipulação. Confira.

ACESSA.com - A aromaterapia é indicada para o tratamento da depressão?

Sávio Cavalari - Sim, a aromaterapia tem uma ampla atuação no auxílio ao tratamento da depressão, porém, é importante avaliar o cenário em que o paciente está inserido, para saber as causas que estão gerando esse distúrbio. A atuação dos óleos essenciais na depressão é tão utilizada que existe uma área específica com grandes estudiosos somente em função dos óleos essenciais para o tratamento de distúrbios psíquicos, chamada de psicoaromaterapia.

Em 2006, foi publicado um estudo de revisão britânico, da Universidade de Newclastre e Northumbria que escreveram que a aromaterapia é usada ao redor do mundo no tratamento da “depressão, ansiedade, alguns distúrbios cognitivos, insônia e distúrbios relacionados ao estresse”. Segundo os autores, a aromaterapia “fornece um tratamento potencialmente efetivo para uma variedade de distúrbios psiquiátricos” e “aparenta não ter os efeitos colaterais de muitas das drogas psicotrópicas convencionais”.

ACESSA.com - Qual a forma correta de usar os óleos essenciais?

Sávio Cavalari - Aromaterapeutas usam óleos essenciais de diversas formas e, dependendo da necessidade do paciente, o ambiente que será utilizado também muda. É possível também a utilização dos óleos essenciais no autocuidado.

Difusores: O uso mais comum são os aromatizadores elétricos, e sua forma de utilização são de 10 a 20 gotas para um ambiente de 20m².

Inalação direta: A inalação direta dos óleos essenciais tem um alto potencial no auxílio ao tratamento da depressão. Para obter esse benefício, basta segurar o frasco de óleo essencial próximo da narina ou pingar de uma a três gotas nas palmas das mãos, passar uma mão na outra, aproximar a 15 cm do nariz em forma de concha e aspirar.

Existem diversas outras formas de utilização dos óleos essenciais, porém, essas devem ser indicadas pelo seu aromaterapeuta, pois podem ser prejudiciais ao invés de benéficas.

ACESSA.com - Existe contraindicação?

Sávio Cavalari - Os óleos essenciais possuem contraindicação sim, e o acompanhamento de um profissional se torna ainda mais necessário quando estamos falando de crianças, pacientes idosos ou pessoas com doenças crônicas.
O óleo essencial pode ser considerado um tratamento seguro, mas depende de sua forma de uso, pois podem gerar irritações cutâneas como reações alérgicas, por ser um óleo facilmente absorvido pela pele. Uma observação muito importante que devo fazer é nunca ingerir óleos essenciais sem acompanhamento de um profissional aromaterapeuta. Sua ingestão de forma errada pode ocorrer irritação gastrointestinal, náuseas, vômitos, diarreia e até mesmo convulsões.

ACESSA.com - Como os óleos agem no organismo?

Sávio Cavalari - No caso de óleos essenciais relacionados ao auxílio no tratamento da depressão, o seu mecanismo de ação envolve a inibição das regiões frontais do cérebro, através da interrupção da ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA). Mudanças neste eixo são características da depressão.

A atuação psicoativa dos óleos essenciais é possível de ser registrada por um eletroencefalograma, que exibe as respostas das ondas cerebrais aos aromas, expressas na amplitude e frequência das ondas.

ACESSA.com - Quais aromas são indicados para o tratamento?

   

Jasmim: O óleo de jasmim é considerado um antidepressivo. Tem um efeito estimulante no sistema nervoso autonômico quando utilizado em vaporizadores. Sua ação é aumentar a saturação de oxigênio no sangue e em um aumento do estado de alerta e vigor percebido.

Rosa: Um estudo mostrou que a inalação do óleo de rosa resultou em uma redução de 30% dos níveis de epinefrina. Sendo assim, este seria um óleo essencial apropriado para o estresse extremo, sem deixar a pessoa letárgica.

Sândalo: O óleo dos budistas é utilizado como uma terapia para a ansiedade, depressão e insônia. Os monges tibetanos utilizam para relaxar o corpo e focar a mente. Pesquisas revelam que o óleo de sândalo inalado é calmante, melhora o humor e aumenta a atenção.

Lavanda: é o mais conhecido dos óleos essenciais. A lavanda foi estudada por aliviar a ansiedade mais que qualquer outro óleo. Estudos mostraram que a lavanda está associada a redução do estresse mental, induz um estado de relaxamento, de regeneração, suaviza a ansiedade e tem um efeito calmante no sistema nervoso central enquanto diminui a pressão sanguínea.

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