Só você não se empolga mais com a E3, Edu
Olá, internautas, leitores, entusiastas e exploradores do magnífico universo dos games. Há mais ou menos um mês atrás, aqui no Portal ACESSA.com, eu postei um texto falando sobre a E3 e sua importância. Assistindo aos vários vídeos de reação e cobertura dos YouTubers me deparei com o Edu (BRKsEDU) falando sobre a não expectativa de empolgação na E3, pois segundo ele, “o mundo dos games me frustrou muito a ponto de não ter mais expectativas para eventos de games”. O ponto base de argumentação do Edu é algo que já falamos extensivamente aqui na minha coluna: o marketing excessivo dos jogos (e a geração de hype, por consequência). Ele diz que é tanto marketing construindo hype para os jogos, gerando uma expectativa monstruosa e os jogos não tem atendido à essa expectativa. Vocês podem conferir o vídeo aqui.
Em um ponto você tem razão, Edu. Como eu dei a entender anteriormente, no texto sobre o que é o hype, isso pode ser bom e ruim – e as vezes, ao mesmo tempo! – para um game. Quando alguns jogos tem uma mídia publicitária excessiva e o jogo não atende a expectativa, o hype que ele gera se transforma em uma força destrutiva para ele: suas vendas não correspondem ao esperado, a publicidade negativa é mais nítida neste ponto e, mais importante, a publisher e o estúdio perdem credibilidade. Você chega citar alguns casos famosos como o Watch Dogs e até mesmo Dark Souls 2. E como eu disse antes, você tem razão, cara. Watch Dogs (apesar d’eu gostar do jogo) teve sua (grande?) parcela de hype não atendido. Dark Souls 2 também. É um bom jogo, mas todo mundo esperava mais dele. Mas daí dizer que desanimou de tudo no universo dos games por causa de alguns exemplos pontuais é demais, né?
Sem querer bancar o velho veterano (“porque no meu tempo...”), mas lá em 2006 tivemos a PIOR E3 DE TODOS OS TEMPOS, o fail monstruoso da Sony. Eu lia, pela internet, todos os comentários de pessoas falando que os videogames iriam, definitivamente, morrer em 2006 e que era o fim de uma era fechada chave de porcaria. E que nada mais animava no mundo dos games... E quando o Xbox One foi anunciado? A mesma coisa. Eu já devo ter presenciando umas três ou quatro grandes decepções que fazem todo mundo desanimar e dizer “nossa, não me empolgo mais com a E3!” Mas, olha só! Onde foi mesmo que eu ouvi isso, Edu? Não quero anuviar sua opinião, mas como diz o antigo jargão da internet: “calma lá fera, você tá muito exaltado”.
Só você desanimou da E3. Você disse que nunca acompanhou tanto essa feira icônica, fazendo isso apenas a partir de 2011, mas deixa eu te falar: as coisas mudam, cara. Mudam. A E3 começou sendo um hit monstruoso; quase faliu, ficando um tempinho sem a feira, tendo só os media briefings que se tornaram famosos hoje em dia; aí voltou a ser feira com as conferências nos dias antes e hoje, é hit outra vez. Viu só? A mesma coisa se aplica nos games. A Ubisoft não era nada demais, e aí fez Prince of Persia e depois, Assassin’s Creed. Começou a experimentar o sucesso. Teve seus altos e baixos e, por mais que faça parte da nossa natureza observar os pontos ruins acima dos pontos bons, ninguém desistiu de nada. Por que você desistiria? A minha preocupação primária é o tipo de opinião sem fundamento que você propaga, tomando a parte pelo todo, ao dizer que a “indústria muito te frustrou”, quando, na realidade, quem se frustrou foi você. Dessa forma, seu público-alvo, essa molecada que não tem mais revistas como Super Gamer Power, Ação Games e EGM para fazer uma cobertura e opiniões fundadas, acaba aprendendo a forma errada de ver a E3.
O cala-boca definitivo seria te mostrar a própria E3 que você fez cobertura, que tranquilamente pode ser colocada como uma das maiores de todos os tempos. Anúncios de peso, como o Remake de Final Fantasy VII, The Last Guardian, Shenmue 3, Gears of War 4 e StarFox Zero; showcases de Kingdom Hearts 3, Halo 5, Forza 6 e Star Wars Battlefront III são outras referências positivas, Edu. Mas você pode ficar tranquilo quanto a promessas infundadas. A From Software, desenvolvedora de Dark Souls aprendeu: olha o Miyazaki retornando à direção de Dark Souls III. Olha a Nintendo, que diante de uma apresentação morta e sem graça, pediu desculpas aos seus consumidores e fãs via Twitter e mais importante: não teve Konami fazendo conferência. Como eu disse, as coisas mudam.
O que realmente precisa ser feito é você aprender a ter discernimento do que vale a pena ou não ter hype. E, caso tenha colocado sua expectativa em cima de um jogo, saber a hora de tirar a Epona da chuva.
- Batman: Arkham Knight, ou, Batman: Mais ou Menos
- Especial Depois do Hype: Mortal Kombat X
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Leon Cleveland é formado em Comunicação Social pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. É fã de desenhos animados, mitologias, heavy metal, culinária, gastronomia, bacon e é completamente apaixonado por games. Tão apaixonado que sua Tese de Conclusão de Curso foi "O uso da Linguagem Cinematográfica nos Games". Já escreveu para várias publicações, analógicas e digitais, sobre o assunto e planeja se especializar na recente área de "Crítica de Videogames".
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