Juliano Nery Juliano Nery 4/3/2011

Conselhos de mãe

IlustraçãoDesdobrando o assunto Carnaval, passando aqui em Juiz de Fora ou, mais provavelmente, em outra cidade, é necessário tomar alguns cuidados para que a folia não acabe mal. Já no último fim de semana, 15 pessoas perderam a vida no sul de Minas, por conta da serpentina metálica. E olha que esse não é o risco mais comum. O álcool, o volante, o sexo e os grupos possuem potencial ainda maior, no que tange a causar problemas. Para que a folia seja repleta de boas lembranças, vale reforçar aos foliões alguns tópicos. Coisa que qualquer mãe diz para o seu filho, antes que ele saia de casa. E lembre-se, portanto: mãe nunca erra.

Tome cuidado com a bebida. Possivelmente, é ela quem vai fazer você beijar aquela menina feia. Ou tentar beijar a mulher de outrem. E aí, é confusão na certa. Ainda mais porque tem gente que bebe e fica machão. Acaba achando que os músculos obtidos na academia o tornam um verdadeiro super-herói. Nunca se deve esquecer, que sempre tem alguém mais forte do que você ou que bebeu um pouco mais. Ou que pode ter um espírito-de-porco maior do que o seu e carregar um revólver ou outra arma em meio à multidão. Quantos casos de valentia, por conta do álcool, acabaram de forma trágica no Carnaval? Sem contar que boa parte dos problemas deste tipo de festa está associada ao álcool.

É o caso, por exemplo, do trânsito. Se beber, não dirija. Frase tão usada, que já parece desgastada. Mas, repleta de sentido, assim como o "use o cinto de segurança". Se for pegar a estrada, cuidado redobrado. Dirija por você e pelos outros. Porque nem sempre basta estar certo, dirigindo na sua mão de direção e com velocidade compatível. Basta alguém agir errado e tudo pode se complicar. Na medida do possível, deixe o carro na garagem. Vá de táxi, vá de van, vá de ônibus... Ou vá a pé. Só não vá fazer... o que sua mãe não te aconselharia!

E já que todo mundo quer aproveitar a folia, acompanhado pode ser muito melhor. Desde que os cuidados com a saúde e com a autopreservação sejam a regra. Sábia a marchinha do "Bota camisinha, bota meu amor", porque a súplica é extremamente válida, nesse caso. Não só para os rapazes, mas como para as mulheres, que devem exigir a proteção. O ano tem outros 360 dias e ninguém quer arrastar doenças sexualmente transmissíveis e uma gravidez indesejada, por conta do Carnaval. Portanto, seja responsável no divertimento. E não venha me dizer que fez besteira, porque bebeu além da conta!

Tome cuidado ao sair em grupos. Geralmente, a sensação de anonimato permite ao folião fazer coisas que ele não faria se estivesse sozinho, como depredar o patrimônio público, arrumar brigas com turmas rivais e, inclusive, cometer pequenos delitos. A noção do "antes só do que mal acompanhado" cabe bem, neste caso. Afinal, "diga-me com quem andas e te direi quem és"...

Esse texto vale apenas como lembrete. Certamente, sua mãe não vai te deixar sair de casa, sem essas informações. Você dirá, "eu sei, eu sei", porque realmente é chato ouvir sempre as mesmas coisas. Só nunca se esqueça que "tudo o que mãe pensa, acontece", como profere uma canção da banda mineira Tianastácia.

Juliano Nery, que não é bobo, tem ouvido conselhos de Dona Laura, sua mãe, há mais de 30 anos.


Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e Mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.