Victor Bitarello Victor Bitarello 12/02/2015

Oscar 2015 chegando: "O jogo da imitação"

A Segunda Guerra Mundial é um enorme exemplo histórico de horror pelo qual a Terra já passou. Estima-se que o número de mortos durante o conflito esteja entre 50 e 70 milhões. Muitos foram os países envolvidos, inclusive países fora do continente europeu, incluindo o Brasil. A guerra gerou uma infinidade de trabalhos artísticos, como os cinematográficos, literários, teatrais e etc, pois, por mais horrenda que tenha sido, o fato é que é muito rica a gama de possibilidades a serem exploradas em termos de temática. E é sobre a 2ª Guerra Mundial que se baseia o filme "O Jogo da imitação". Ou, ao menos, o filme a tem como plano de fundo.

"O jogo da imitação" conta a história da construção de uma máquina durante o período da guerra, desenvolvida por uma equipe chefiada pelo matemático Alan Turing, a qual tinha a finalidade de decifrar os códigos enviados pela "Enigma", máquina alemã que servia para comunicações codificadas entre os nazistas e os informava quais eram suas missões. Ao mesmo tempo, o filme trata sobre a questão da homossexualidade do cientista, algo totalmente repudiado na época, situação que era tratada na Inglaterra, país natal do mesmo, como crime.

Infelizmente, falar do filme é algo fácil e simples. A frase pode soar incoerente, mas o longa é realmente isso, ou seja, simples, beirando o simplório. As indicações ao Oscar que conseguiu, honestamente, me surpreende. Acredito que tais indicações vieram por uma falta de possibilidades, pois a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas indica 10 trabalhos para concorrerem a melhor filme, uma das categorias em que "O jogo..." se inclui. Já assisti a dois dos concorrentes (aqui em Juiz de Fora eles custam a chegar né...), quais sejam, "O grande Hotel Budapeste" e "A teoria de tudo". São absolutamente superiores. Enfim.

Existe uma reconstituição de época bacana? Sim. Uma direção bacana? Sim. Atuações bacanas? Também. Ponto. Bacana. É um filme divertido. Somente isso. A indicação ao Oscar de melhor ator de Benedict Cumberbatch, pelo personagem Alan, é inexplicável. Sua atuação beira o ruim. É exagerada. Ele chora olhando pra baixo, tampando o rosto. Como assim? Não foi boa. Por que ele foi indicado? Não consigo entender... O roteiro do filme é confuso. Ao assistir o filme não fica tão clara a proposta do mesmo. Falar aqui, neste texto, o porquê desta confusão, é um pouco complicado, haja vista que se eu disser estaria entregando o final, o que, sem dúvida, não é algo legal. Quem está muito bem no filme é Keira Knightley, como a matemática Joan Clarke, numa atuação doce, gostosa, mas ao mesmo tempo forte, necessária para a personagem que era a única mulher na equipe, portando-se com certa proteção a Alan, o qual era visto com maus olhos por todos ali. Keira foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Assistir ao filme não é uma perda de tempo. Como eu mesmo disse acima, é um filme divertido. Qual o problema não é mesmo? Mas para Oscar...


Victor Bitarello é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pós-graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Candido Mendes (UCAM). Ator amador há 15 anos e estudioso de cinema e teatro. Servidor público do Estado de Minas Gerais, também já tendo atuado como professor de inglês por um período de 8 meses na Associação Cultural Brasil Estados Unidos - ACBEU, em Juiz de Fora. Pós graduando em Direito Processual Civil.

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