Autoridade do rock, tremendão Erasmo Carlos traz sua turnê para JF

Aos 71 anos, um dos maiores ícones da Jovem Guarda brasileira está em plena forma. A turnê consagra os 50 anos de carreira e está rodando o Brasil

Nathália Carvalho
Repórter
14/12/2012
erasmo

O gigante gentil com fama de mau! Uma autoridade na música, no rock e na compreensão das mulheres e do amor. São 71 anos de vida e o Tremendão está em plena forma, espalhando toda a genialidade de sua poesia carioca pelas estradas brasileiras. Após um ano desbravando o país, a turnê Sexo e Rock'n roll, que consagra os 50 anos de carreira do amado pai do rock brasileiro, Erasmo Carlos (foto ao lado), chega agora a Juiz de Fora. O show faz um passeio por todas as fases da carreira do músico, com sucessos como Sentado à Beira do Caminho, Minha Fama de Mau, Mulher, Quero que tudo vá para o inferno. A apresentação ocorre no Cultural Bar, neste sábado, 15 de dezembro, às 23h.

Após tantos anos de trabalho, um dos maiores nomes da Jovem Guarda brasileira não para, e garante que a emoção de subir ao palco é sempre a mesma. "Os públicos são diferentes, a cultura e os costumes também, então as sensações na hora do show nunca são as mesmas. Mas, a partir da segunda música, já está todo mundo na palma da minha mão e o frio na barriga vai embora. Me sinto em casa, fica tudo bem e o show é ótimo", garante o músico, em entrevista ao Portal ACESSA.com.

Ele conta que os shows são basicamente baseados no DVD e CD gravados no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 2011, realizados em comemoração ao aniversário de carreira. "Apresento os grandes sucessos da minha trajetória, principalmente os dos dois últimos discos." Sobre o nome, ele diz que remetem aos discos Sexo e Rock'n roll, contudo, sem as drogas. "Isso foi um bordão importado da Inglaterra dos anos 60. Jamais remeteria nada meu às drogas, meu trabalho é todo dedicado ao amor, que faz parte de mim", conta.

Além disso, ele explica sua satisfação com esse projeto, principalmente pela diversidade do público que tem comparecido aos shows. "O que tenho visto é a casa cheia sempre, de gente de todas as idades, com muito carinho, muita farra e muito amor." E ele se enquadra em uma ótima fase da vida, principalmente pela resposta que o público vem apresentando. "Eu vejo que sou uma pessoa que conseguiu construir uma estrada legal, com pessoas que me lembram o quanto minhas músicas contribuíram para encher o coração e a vida delas de amor e alegria. Tem gente que namorou e casou ouvindo minhas canções e hoje tem filhos que escutam. E é esse carinho que me faz sentir a prova da minha existência", diz.

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Pai do rock

A carreira de Erasmo é indiscutível. Ao lado de Roberto Carlos, certamente formou uma das maiores parcerias da história da música popular brasileira. Foram mais de 10 milhões de cópias vendidas e mais de 500 canções, gravadas por inúmeros cantores no Brasil e no exterior. Nos anos 60, juntamente com Roberto e Wanderléia, formaram o trio da Jovem Guarda brasileira, com canções que marcaram a vida de muitos brasileiros. "Minhas músicas têm o mérito de serem atemporais porque o amor sempre vai existir, porque quem ainda não sentiu, uma hora vai sentir", afirma.

Ainda durante a entrevista, entre uma risada e outra, ele fala sobre a denominação recebida de "pai do rock brasileiro", que acredita ser uma manifestação de carinho dos fãs e amigos. "Não levo isso muito a sério. O que considero mesmo ter sido meu mérito é o fato de ter sempre feito rock em português. Não tenho trejeitos americanos nas músicas e gosto de impor meu rock, aquele particular", conta. Além disso, Erasmo lembra que nunca parou de compor e trabalhar. "Acho que os artistas têm que estar sempre se renovando e antenados com o que tem de novo, principalmente no rádio. O passado é um troféu maravilhoso, que enriquece, mas é necessário continuar compondo e mantendo a carreira de pé", explica.

Rock e suas transformações

Sobre as transformações que o rock viveu durante todos esses anos, ele chama a atenção para o fato dos artistas mais novos sempre se inspirarem em seu trabalho e terem curiosidade de saber o que era feito naquela época. "A diferença hoje em dia é que a tecnologia não permite mais o erro do artista. É tudo muito bem afinado e gravado. Para mim, em certos casos, falta a emoção. Ouço as meninas cantando o amor que elas não experimentaram ainda e a vida que não viveram. Nas minhas músicas, eu falo do broto, do carrão, das namoradas, do meu amadurecimento e das coisas que eu tinha e passei a ter", conta. E, para ele, a maior retribuição é poder ainda cantar isso pelo Brasil e continuar servindo de exemplo para os jovens. "Me dá uma satisfação muito grande cair na estrada e levar o amor para as pessoas. Isso provoca um sentido de realização imenso, tanto como ser humano quanto como artista", finaliza.

Os textos são revisados por Juliana França

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