Paulo Henrique Assis Rondas para alimentar e ajudar moradores de rua, evangeliza??o de crian?as
e jovens e apoio para quem precisa aprender a valorizar a vida

Fernanda Leonel
Rep?rter
28/03/2007

Desde 1994 Paulo Henrique Assis (foto) se dedica "oficialmente" ao bem do pr?ximo. Foi nessa ?poca que ele passou a participar de diversas atividades como volunt?rio na Funda??o Esp?rita Allan Kardec (FEAK). "Desde ent?o n?o parei mais. ? algo contagiante", fala, com jeito de quem tem muita hist?ria para contar.

E tem mesmo. Nesses mais de 10 anos de a?es para o bem, Paulo j? ajudou muitas pessoas nos in?meros projetos que participou e participa. Atualmente, est? a frente de tr?s, todos contabilizando bons resultados e muita transforma??o para quem precisa de ajuda.

Paulo ? o coordenador do projeto Ronda Noturna, que leva alimentos, evangeliza??o e uma palavra amiga para moradores de rua de Juiz de Fora. Toda primeira sexta-feira do m?s, um grupo composto por aproximadamente 18 jovens e adultos sai a procura de moradores de rua, de 22h at? meia noite, para entregar um lanche para essas pessoas.

S?o tr?s rotas, que abrangem a regi?o do centro, S?o Mateus, imedia?es da rodovi?ria, avenida Brasil e rua Santo Ant?nio. Durante as andan?as, as pessoas distribuem o lanche - geralmente um leite com chocolate e um sandu?che - e aproveitam para conversar e escutar as hist?rias de quem tem muita necessidade de ser ouvido.


Foto da mocidade que participa do Ronda Noturna At? o ano passado, al?m da coordena??o, Paulo tamb?m sa?a ?s ruas da cidade para ajudar durante as rondas. E essa experi?ncia, que foi interrompida durante um tempo para que ele pudesse cuidar mais da filha que ainda est? pequena, parece ocupar um peda?o importante do cora??o do volunt?rio.

"A gente acha que resolve os problemas deles, mas eles ? que nos ajudam. O contato com essas pessoas nos faz melhores. ? fant?stico o trabalho. A grande maioria das pessoas confia plenamente nos jovens que participam das rondas", comenta Paulo.

A diferen?a do Ronda Noturna para outras distribui?es de alimentos, est? no fato dos atendidos irem at? onde est? o necessitado. Uma a??o destacada pelo volunt?rio como algo que potencializa o bem na medida que evita que quem tenha vergonha, por exemplo, deixe de comer por falta de coragem de ir at? uma institui??o filantr?pica.

"A gente vai e leva a comida. Tem gente que n?o quer conversa, que chega a fingir que est? dormindo. Mas a? a gente deixa o lanche l? mesmo, e ? s? olhar para tr?s para ver que eles est?o mantando a fome", comenta Paulo.

foto da distribui??o da sopa
Outra vantagem levantada pelo coordenador do projeto, est? no fato de as visitas criarem um v?nculo com quem ? atendido. "Depois, muitas dessas pessoas v?o at? a institui??o para participar da distribui??o de sopa que acontece aos s?bados".

Segundo Paulo Henrique, o v?nculo passa a existir de uma maneira t?o real que h? moradores de rua que conhecem quem participa da ronda e vice-versa. "Tem uma senhora que sempre falava com a gente que n?s ?ramos os filhos de cora??o dela, e alguns que a gente n?o sabe o nome, mas j? apelidou. ? uma recep??o muito bonita.", afirma.

Mais a?es do bem

Paulo tamb?m ? um dos coordenadores do Grupo de Valoriza??o da Vida da FEAK. Esse grupo, que se re?ne sempre ?s ter?as-feiras, na segunda e quarta semana do m?s, funciona como um auto-suporte para pessoas que est?o precisando aprender a valorizar a vida.

Os freq?entadores dessas reuni?es s?o geralmente pessoas que mant?m ou em algum momento tiveram um pensamento destrutivo em rela??o ? pr?pria vida. Durante o encontro, os participantes ouvem, falam e repartem suas hist?rias atrav?s de depoimentos.

Paulo tamb?m ? ativo no projeto de Evangeliza??o de crian?as e jovens em situa??o de risco social. Os atendidos, geralmente vindos dos bairros Dom Bosco e Bela Aurora participam de atividades aos s?bados na FEAK.


foto das atividades da evangeliza??o foto das atividades da evangeliza??o

Tempo para tudo isso? Sempre h?. Mesmo porque para Paulo, h? uma certeza para sua cronologia do tempo. Como ele mesmo fez quest?o de destacar: todo ser humano n?o pode ficar em uma "mono-id?ia". Para o volunt?rio, as pessoas precisam fazer algo mais que trabalhar e voltar para casa para serem realmente felizes.

"O Paulo que entrou na Feak n?o existe mais. O contato com aqueles que tem dores maiores que a nossa nos transforma. Hoje eu sou melhor que ontem e o que mais quero ? amanh?, ser muito melhor que hoje. Eu tenho plena convic??o que ? o trabalho volunt?rio que vai fazer com que eu consiga isso", resume em tom de algu?m digno do t?tulo de gente do bem.


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