Carateca de JF busca apoio para disputar o Campeonato Sul-Americano

Para levar a carateca Paula Fayer à seletiva continental, mãe chegou a pedir ajuda na rua. Com a vaga assegurada, mãe e filha travam nova batalha

Thiago Stephan
Repórter
19/5/2012
Paula Fayer

A carateca juiz-forana Paula Fayer, de 12 anos, treina, ao menos, três vezes por semana - duas horas a cada dia - com o professor Wagner Gomes, 3º DAM da Federação Mineira de Caratê. Ela pratica o esporte há quatro anos e já começa a colher bons resultados. No final de abril, foi à Foz do Iguaçu (PR) participar da Seletiva para o Campeonato Sul-Americano e conseguiu a vaga para a competição continental na categoria Infantil, que será realizada nos dias 12 e 13 de outubro, em Mendoza, na Argentina.

Além da vaga, voltou para Juiz de Fora com o título de campeã Sul-Americana Interclubes, o que levou à sua convocação para a Seleção Brasileira. Na cidade paranaense, Paula, que é faixa verde (a quinta graduação no caratê) competiu no kata, luta imaginária contra mais de um oponente, e no kumite, combate contra outro oponente, mas real.

Enfrentado dificuldades financeiras para viajar até a Argentina e para participar do Campeonato Brasileiro, em julho, em Vitória (ES), ela trava, agora, uma luta mental contra a incerteza de participação, principalmente em Mendoza. "Eu gostaria de ir para tentar um bom resultado e representar a Seleção Brasileira", diz. Ao mesmo tempo, um oponente real deixa a atleta não só com as mãos vazias, mas também os bolsos. "Na viagem para Foz do Iguaçu, pedi para o meu patrão comprar as passagens para mim e ele me atendeu. Também pedi ajuda na rua para conseguir levá-la para competir. Graças a Deus, tudo deu certo", relata a doméstica Cláudia Maria dos Reis, mãe de Paula.

Cláudia justifica tanto esforço com os resultados que sua filha vem obtendo. "Desde que ela começou, ganhou inúmeras medalhas. É um orgulho para mim. Precisamos de uma força para ela chegar mais longe", diz, em tom de apelo. Seus argumentos são confirmados pelo professor. "Ela é uma atleta com muita capacidade, que já foi campeã mineira e, há dois anos, integra a Seleção Mineira. É muito dedicada e disciplinada tecnicamente. Estamos tentando visualizar patrocínio, mas é muito difícil para quem está começando", lamenta Gomes.

Caso a atleta não consiga o tão sonhado apoio, a mãe já traçou estratégias para que Paula não fique sem competir. "Estou pensando em pedir ajuda aos amigos, fazer rifa... Estava esperando chegar a carta de convocação para a Seleção Brasileira, que chegou na última terça-feira [15 de maio]. Agora, vou correr atrás para ver se consigo, ao menos, a passagem", revela a mãe.

Cláudia não tem medo de afirmar que o caratê "é tudo" na vida da filha, que sai da escola – também é boa aluna – direto para os treinamentos. Mas, por pouco, Paula não foi praticante de outra atividade. "Ela ia fazer balé, mas, após ver pessoas treinando, viu que queria o caratê", explica a mãe.

Perguntada sobre o que a modalidade representa em sua vida, a carateca não vacila. "É parte da minha vida. Não é só um esporte. É onde eu me identifico", diz, provando que fez a escolha acertada. E, ao ser questionada sobre as dificuldades para viajar, mostrou ter alma verdadeiramente lutadora. "Apesar de tantos apertos, as viagens foram boas. Tive muitas premiações que fizeram valer a pena", revela.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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