Matheus Brum Matheus Brum 3/11/2015

Tupi, obrigado por 2015!

Caros (as) leitores (as). Há seis semanas, ou mais precisamente, desde o dia 21 de setembro, só tenho escrito sobre o Tupi. Fiz essa escolha por dois motivos. Primeiro: o time, na época, estava em vias de conseguir a classificação para as quartas de final da Série C. Segundo: como considero necessário que Juiz de Fora abrace o Galo Carijó, nada mais justo do que levar minhas opiniões para quem lê a coluna.

Por conta da desclassificação do alvinegro de Santa Terezinha nesse final de semana, quando perdeu para o Londrina nos pênaltis, acho que é hora de fazer um apanhado geral do ano Carijó, que começou muito mal, e teve o final dos sonhos.

Vindo do quase acesso à Série B na temporada passada, o time começou com muitas expectativas, afinal de contas, a campanha da Série C tinha sido estupenda. Pois bem, sob o comando do técnico Felipe Surian, o time jogou mal. Nossa senhora! Foi um dos piores times que já acompanhei (conseguia ser pior que o Flamengo de 2010, que tinha Cristian Borja e Val Baiano no comando de ataque). Ir ao Mário Helênio aos finais de semana e ouvir as partidas fora de casa pelo rádio eram sempre motivo de sofrimento. Afinal de contas, o time era claramente mal treinado. Defesa completamente mal posicionada, meio de campo sem o mínimo de compactação e um ataque que não recebia bolas em condição de finalização. Resultado? O time brigou até a última rodada para não cair. Só não conseguiu essa "proeza", porque haviam equipes mais incompetentes.

A torcida "caiu matando", nós da imprensa criticamos, e não teve jeito. Surian caiu. No seu lugar chegou Leston Júnior, treinador novo e com muito potencial. Chegou na penúltima rodada do Mineiro, tendo a missão de livrar o time do rebaixamento, e ao mesmo tempo, sonhando com uma vaga na Copa do Brasil de 2016 e na realização de seis jogos dentro de casa, caso terminasse no máximo em sexto. Na primeira partida do novo treinador, derrota fora de casa para o Guarani. Na última rodada, diante dos torcedores, mais um revés, dessa vez para a URT. No final das contas, o Tupi terminou em nono lugar. A projeção para o resto do ano era assombrosa.

Em contrapartida, na Copa do Brasil, o time ia bem. Conseguiu eliminar o Atlético-PR, dentro da Arena da Baixada. Porém, contra o Ceará, lanterna da Série B, e com time reserva, perdeu por 2 a 1, deixando os mais de 7 mil torcedores presentes no Municipal, injuriados, dando adeus ao sonho de uma inédita classificação às oitavas de final.

Em quase um mês, entre o Mineiro e a Série C, vários jogadores chegaram em Santa Terezinha. Outros tantos foram mandados embora, e o elenco sofreu uma boa modificação. Contudo, Leston estava trazendo muitos atletas que já havia trabalhado junto. Num primeiro momento, nomes como Kaio Wilker, Felipe Augusto e outros, geraram desconfiança. Ora bolas, torcedor não é burro. Todo mundo sabia que esses jogadores poderiam ficar encostados caso o treinador fosse demitido. Mas, nada disso aconteceu. Para se ater aos dois que citei, o primeiro fez um dos gols do acesso, e o segundo caiu nas graças da torcida.

O time começou muito bem a Terceira Divisão. Depois de quatro jogos, aconteceu uma pausa de 21 dias, em razão da Copa América. Essa paralisação fez muito bem para o alvinegro, que voltou melhor ainda. Engatou uma série de jogos sem derrota, sempre se mantendo entre os quatro primeiros. Nomes como Glaysson, Osmar, Fabrício Soares, Marco Goiano e Daniel Morais, que disputaram o Estadual, mas não foram bem, começaram a ser decisivos. Esses jogadores, ao lado de outros como Bruno Ré, Rafael Jataí, Vinicius Kiss, e os outros dois que já citei, transformaram o Tupi em um dos principais times do campeonato.

Sistema defensivo sólido, meio de campo compacto, e um ataque que dificilmente desperdiçava as chances concluídas. Finalmente o Galo tinha uma cara. A cara do Leston Júnior. Mesmo com as três derrotas na parte final da fase de grupos, o time conseguiu a classificação. No mata a mata, venceu o ASA com autoridade em Juiz de Fora, e em Arapiraca, mandou no jogo, voltando de Alagoas com o passaporte para a Série B carimbado. Infelizmente, contra o Londrina, o time jogou mal as duas partidas, principalmente a última, e nas grandes penalidades, acabou eliminado.

A diretoria merece parabéns pela conquista do acesso. Mas não podemos esquecer a censura à imprensa e a falta de compreensão com o torcedor em alguns momentos.

E é dessa forma que 2015 se encerra. Confesso que nunca fui um torcedor fanático do Tupi, mas nesse ano, por conta dos trabalhos na Rádio CBN e da coluna, acabei de envolvendo emocionalmente com o clube. Sei mais dele do que do Flamengo, por exemplo. Agora é se acostumar aos domingos sem ir ao Mário Helênio ou ouvir o Carijó no rádio. É hora de guardar as emoções, porque 2016 promete. Promete e muito. Até mais Galo! Vou sentir saudades....


Outros destaques

1º - Passeio do Corinthians em Belo Horizonte. 3 a 0, fora o baile, para não deixar dúvidas de quem vai ser o campeão. Além de colocar as duas mãos na taça, o Coringão infligiu a maior derrota do Galo no Horto, desde que voltou a atuar no Independência.

2º - Flamengo é um time de brincalhão. Além do "Bonde da Stella", Guerrero só decepciona. Foi expulso infantilmente, e se junta ao Sheik, punido por não saber fechar a boca. Mais um ano de tristeza para os rubro-negros.

3º - Com o título já conquistado, Hamilton pode fazer uma corrida sem stress no México, e de sobra, conseguiu um lugar no pódio, ficando em segundo. A vitória foi para seu companheiro de equipe, Nico Rosberg, que venceu a quarta na temporada, e voltou a ter uma folga na segunda colocação no Mundial de Pilotos, já que seu adversário, Vettel, não completou a prova (272 a 251). Nasr abandonou no final da corrida e Massa terminou em sexto. A próxima etapa é o tradicional Grande Prêmio do Brasil, que vai ser realizado no Circuito de Interlagos, no dia 15 de novembro. 


Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras", estagiário da Rádio CBN Juiz de Fora e editor e apresentador do programa Mosaico é nascido e criado em Juiz de Fora.

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